Suicídio e Racismo: uma triste relação vivenciada por jovens negros
- 16/08/2024
O racismo e o suicídio estão interligados, especialmente entre os jovens negros no Brasil. Dados divulgados em cartilha do Ministério da Saúde mostram que a cada dez suicídios na faixa etária de 10 a 29 anos, aproximadamente seis ocorreram com negros. Essa disparidade reflete a influência do racismo e da exclusão social na saúde mental da população negra.
Historicamente, o racismo está ligado à ideação e ao comportamento suicida. Durante a escravidão, pessoas negras frequentemente optavam pelo suicídio para evitar os horrores da escravização.
O jovem negro muitas vezes vê na morte uma forma de cessar o sofrimento.
Vale destacar, que o suicídio é a quarta causa de morte entre adolescentes e jovens no Brasil. O fenômeno é complexo, pois pode ser influenciado por diversos fatores, sendo o principal a depressão.
Além dos números retratados, a cartilha “Óbitos por suicídio entre adolescentes e jovens negros 2012 a 2016”, aponta que os sentimentos de não pertencimento, de exclusão e de não aceitação de si estão entre os determinantes desse quadro.
Na população negra, esses determinantes podem estar relacionados a questões raciais, como a discriminação e a invisibilidade social, inclusive, dentro das instituições. E os dados são alarmantes: jovens e adolescentes negros têm 45% mais chances de sofrer com o risco do autoextermínio, de acordo com dados da cartilha. Entre adolescentes de 10 a 19 anos, o risco de suicídio é 67% maior se comparado às pessoas brancas da mesma faixa etária.
"Muitas vezes as queixas raciais podem ser subestimadas ou individualizadas, tratadas como algo pontual, de pouca importância, o que acaba culpabilizando aquele que sofre o preconceito", atesta o relatório.
Do ponto de vista da sociedade, é importante que comecemos a fazer uma autorreflexão. Todos sabem que existe o racismo, e nem todo mundo percebe o racismo em si. Ele tem que ser percebido tanto para não ser reproduzido, como também para ser combatido de forma severa e eficaz. Isso é função de toda sociedade, especialmente do poder público, visto que não foi a população negra criou o racismo.
Em 2016, a cada 10 suicídios em adolescentes e jovens seis ocorreram em negros
É crucial reconhecer que o sofrimento psíquico não é a causa, mas sim a consequência do processo de exclusão racial.
Infelizmente o acesso a serviços de saúde mental para essa população é prejudicado e negligenciado pelos impactos econômicos gerados pelo racismo estrutural. Sendo assim, é fundamental promover ações eficientes que abordem tanto a carência no campo da saúde mental quanto a luta contra o racismo. Políticas públicas que favoreçam o estudo das doenças mentais nessa população, políticas de esclarecimento do racismo estrutural e formas de se combatê-lo são urgentes e necessárias.
Por João Alexandre
Fonte: IA - Copilot
Imagens: Internet