Depressão não é tristeza
- 26/12/2021
Ninguém está livre de ficar extremamente triste. Situações ruins desestabilizam, porém para a maioria das pessoas, são sensações que passam em alguns dias. Diferente da depressão, que promove uma alteração química no cérebro que distorce a forma de pensar e sentir as emoções. Dessa forma, muitas pessoas com depressão não conseguem sentir emoções – incluindo luto, alegria e prazer – de forma normal. O mundo parece ter menos cores e menos vida. A pessoa perde o interesse ou o prazer em atividades de que costumava gostar.
Devido a falta de informações acerca do tema, o estigma corrobora para ideias errôneas a respeito da seriedade da doença que é, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), um dos principais fatores de risco para o suicídio. Sendo assim, é necessário entender que a depressão não é frescura, fraqueza ou falta de fé; e frases do tipo "seja positivo" às vezes podem aumentar a sensação de impotência de quem está deprimido. Neste sentido, procure ouvir sem julgamentos, mostre que está por perto e busque oferecer ajuda. Um sintoma clássico na depressão é a tristeza prolongada. Nela a tristeza se torna uma sensação imensamente sufocante que se manifesta pela maior parte do dia, quase diariamente, e por um período mínimo de duas semanas.
Embora existam tratamentos eficazes, menos da metade das pessoas afetadas pela depressão tem o acesso. Os obstáculos ao tratamento eficaz incluem a falta de recursos, o diagnóstico impreciso, a falta de profissionais treinados e o estigma social associado aos transtornos mentais. Dados do relatório Suicide Worldwide/2019 mostraram que uma em cada 100 mortes do mundo acontece por suicídio. Destas, 96,8% estão relacionadas a transtornos mentais e cerca de 50 a 60% das vítimas nunca chegaram a se consultar com um profissional da saúde mental ao longo da vida.
Portanto, combater o estigma em relação as doenças mentais, como a depressão, é fundamental para a prevenção do suicídio. Infelizmente o preconceito faz as pessoas padecentes não buscarem ajuda. Elas escondem o sofrimento socioemocional porque temem serem interpretadas como uma pessoa frágil, quando, na verdade, está adoecida.
Por João Alexandre
Imagem: Internet